“Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Que não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo o que há pra viver”.
(Lulu Santos)
O tempo realmente voa, voa para todos, não importa a idade, mas verdade seja dita, quando se é adolescente tem-se a sensação de que não existe amanhã, ao passo que tudo que não nos interessa é jogado para esse tempo aparentemente inexistente.
Quando se é adolescente, tem-se a pressa como braço. Tudo é para ontem – pelo menos tudo que interessa ao jovem.
Mas o hoje também se torna esquecido. Esquecemos que o se ensina hoje pode nos fazer falta amanhã, mas não estamos preocupados com isso, afinal, o amanhã pra nós não existe mesmo.
E por não existir esse tempo futuro, queremos hoje aproveitar os momentos com os amigos, cada segundo do dia para falarmos de assuntos corriqueiros.
Acontece que o amanhã existe e o que se deixa pra depois acaba morrendo num tempo que nunca chega. Quantas vezes deixei pra prestar atenção depois e até hoje espero a chance de poder prestá-la. A chance não chega, mas a falta daquilo que não aprendi...ah, essa chegou!
E tudo aquilo que julguei importante e que não poderia ser adiado- as conversas, as brincadeiras, as zoações - e que hoje nem sequer acho mais engraçado ou interessante. Delas até lembro, mas não me servem para nada.
Não digo que não as deveria ter vivido. NUNCA! As viveria outra vez, mas nas horas certas. Não deixaria de prestar atenção no professor para colocar o papo em dia. Isso eu não faria, porque hoje, trocaria cada hora de conversa por um minuto de explicação de algo que hoje deveria saber e não sei.
Mas acontece que o tempo não é algo manipulável, ele escorre mesmo pelas mãos e não sentimos, e ele não volta. Podemos correr atrás do tempo perdido, mas ele sempre terá sido perdido e para recuperá-lo, perderemos o tempo de agora que poderia estar sendo usado para algo que nunca tivera a chance de aprender ou de fazer.
Se posso dar um conselho, é este: aprenda ao máximo o que lhe ensinam hoje, porque o amanhã vai chegar e vai cobrar de você.
Rafaelle Rivas